quarta-feira, 4 de julho de 2012

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SOBRE A ALFACE


CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA SUBSEQUENTE
                                                   Resolução de aprovação: 22/2010 – CONSUP-IFRO

CAMPUS CACOAL
PROFESSOR ORIENTADOR (A): Joel Martins Braga Júnior
ALUNO ESTÁGIARIO: Leandro Martins de Souza


ESTÁGIO CURRICULAR

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR


ESCOLA: E.E.E.F.M. Graciliano Ramos
SETOR: Monitor de Horta
PERÍODO DE REALIZAÇÃO: 05/03/2012 à 30/05/2012
TOTAL DE DIAS: 210 horas
NOME DO (A) SUPERVISOR (A): Ana Rubia Menezes Barbosa
FUNÇÃO: Coordenadora
FORMAÇÃO PROFISSIONAL: Licenciatura em Educação Física

Cacoal
Junho/2012


SUMÁRIO







A Deus, que é tudo;

À minha mãe, pelos ensinamentos e formação moral;

À minha esposa, Jane, pelo apoio e carinho;

Aos amigos Altair, Cesar e Magali, pelas palavras de apoio, incentivos nos momentos difíceis que encontramos no decorrer do curso;

À Escola Graciliano Ramos, em especial a professora Marlene Domingues, Diretora da Escola, pela oportunidade de, neste espaço, aplicar nossos conhecimentos e podermos realizar o estágio, proporcionando a qualificação profissional;

A todos os demais que torceram pelo nosso sucesso, que possamos retribuir a credibilidade depositada.





Foi realizado o estágio na Escola Graciliano Ramos, localizada na cidade de Cacoal-RO, no período de 05/03/2012 a 30/05/2012, totalizando 210 horas. Com a realização do estágio, foi possível colocar em prática conteúdos abordados em sala de aula, agregando nossos conhecimentos e técnicas. Durante o estágio, trabalhamos na implantação e manutenção da horta, na qual foram plantadas as culturas da alface, cebolinha, coentro, salsa, maracujá, almeirão, couve e rúcula. Houve, também, a montagem de uma pilha de compostagem, utilizando os restos de alimentos da cozinha. Os canteiros foram preparados com adubo orgânico da Organoeste. Houve intensa participação dos alunos da Escola. Com o objetivo de trabalhar com a comunidade escolar, no planejamento e execução, levamos aos alunos princípios da olericultura, compostagem e métodos de trabalho com solo.



2. APRESENTAÇÃO DA ESCOLA



A escola de Ensino Fundamental e Médio Graciliano Ramos está localizada na Rua Professora Maria Lucia da Silva Miller, 2640, Bairro Brizon, na cidade de Cacoal/RO. Esta escola, em funcionamento desde 1990, atende a494 alunos, devidamente matriculados no Ensino Fundamental, atendendo a comunidade da área urbana, bem como alunos da área rural. As atividades desenvolvidas durante o estágio foram supervisionadas pela coordenadora do projeto Mais Educação, a Professora Ana Rubia Menezes Barbosa. A responsabilidade de orientação, por sua vez, foi do professor Joel Martins Braga Junior, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia, Campus Avançado Cacoal. A escola está inserida no Programa Mais Educação, do Governo Federal, e, desta forma, o projeto horta surgiu com o objetivo de auxiliar a formação dos alunos em relação à educação ambiental e alimentar, através do incentivo à implantação e manutenção de hortas escolares. A horta é uma das oficinas do programa supracitado, destacando-se por proporcionar a crianças e adolescentes, no ambiente escolar, diversas atividades, unindo a educação, a teoria e a prática e, desta forma, auxiliando no processo de ensino-aprendizagem. O projeto caracteriza-se por ser uma atividade continuada.




3. SÍNTESE DA CARGA HORÁRIA SEMESTRAL


TABELA 1. Síntese da carga horária semanal referente ao período de estágio na Escola Graciliano Ramos. Cacoal – RO, no ano de 2012.
Semana
Número de dias
Número de horas
05/03/12 a 09/03/12
05
30
12/03/12 a 16/03/12
05
30
19/03/12 a 23/03/12
05
30
26/03/12 a 30/03/12
05
30
02/04/12 a 06/04/12
05
30
09/04/12 a 13/04/12
05
30
16/04/12 a 20/04/12
05
30
TOTAL: 7 SEMANAS
TOTAL: 35 DIAS
TOTAL 210
 

4. RELATÓRIO DESCRITIVO


Estagiário: Leandro Martins de Souza
Escola: Graciliano Ramos
Período: 05/03/2012 a 30/05/2012         
Número Total de Dias: 35 dias
Número Total de Horas: 210 horas.




5. DESENVOLVIMENTO


5.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

5.1.1 ALFACE



A alface é uma hortaliça anual de seiva leitosa, tipicamente de inverno, cultivada há milhares de anos, que sofreu intenso melhoramento genético até chegarmos nas variedades atuais. As principais variedades agrupam-se em alfaces de cabeça crespa, de cabeça lisa, romana, de folha e de haste. As variedades mais importantes comercialmente encaixam-se nos dois primeiros grupos, embora as demais sejam bastante conhecidas e populares em hortas domésticas também.
Em geral, as alfaces apresentam folhas macias, grandes, de sabor suave e refrescante, que crescem em volta do caule pequeno (em roseta), podendo ser lisas ou crespas, formando ou não uma cabeça e podem apresentar diversas tonalidades de verde e roxo-bronzeado. Seu sistema radicular é delicado, muito ramificado e superficial. A floração ocorre no verão, estimulada pelos dias longos. Os frutos da alface são do tipo aquênio e se apresentam pontiagudos, de formato oval, elíptico ou espatulado com estrias longitudinais na superfície e comprimento variável de 2 a 5 mm. As alfaces apresentam elevado conteúdo em vitaminas, minerais e água. Cada100 gr. de alface contém apenas 15 kcal o que a torna um alimento importante em dietas de restrição calórica.
Para o cultivo da alface, os canteiros devem ser elevados em pelo menos 15 cm, e previamente calados e adubados. A irrigação deve ser diária, pela manhã ou no fim da tarde. O espaçamento entre as plantas após o transplante deve respeitar 30 cm ou mais. Muitas doenças e pragas podem acometer as alfaces, que são sensíveis. Para prevenir, podemos pulverizá-las com calda de fumo 10 dias após o transplante, remover as plantas daninhas regularmente e realizar rotação com outras culturas.
O sistema radicular é muito ramificado e superficial, explorando apenas os primeiros 25 cm de solo, quando a cultura é transplantada. Em semeadura direta, a raiz pivotante pode atingir até 60 cm de profundidade. O plantio da alface pode ser feito durante todo o ano. A germinação leva de 4 a 6 dias. A alface prefere solos argilo-arenosos, ricos em matéria orgânica. Quando estiverem com 2 a 3 folhas e com 8 a 10 cm, devem ser replantados em canteiros bem adubados, de modo que a planta fique com o colo acima do nível do solo e com espaçamento de 30 cm entre as plantas.
           A alface é muito exigente em irrigação, fator que influi decisivamente na qualidade e produtividade da cultura. Deve-se manter sempre um bom teor de umidade, sem, no entanto, provocar encharcamento. As pulverizações para controlar ou prevenir o ataque de doenças ou pragas deverão ser feitas somente com produtos registrados para a cultura, obedecendo-se ao período de carência, às dosagens e aos cuidados nas aplicações. A colheita deve ser feita no momento em que a planta atinge o seu desenvolvimento máximo, quando apresenta cabeças firmes, bem formado, folhas tenras e sem sinal de florescimento. Geralmente, isto ocorre 75 a 90 dias após o semeio. O correto é colhê-la sempre nas horas frescas, fazendo o corte das raízes e eliminando as folhas velhas e danificadas.


5.2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO



As atividades desenvolvidas no estágio compreendem a implantação de uma horta no ambiente escolar. Trabalhamos com os alunos todo o processo de preparação dessa horta, bem como conscientização da importância de se ter uma horta, tanto no ambiente escolar, quanto em suas casas.
Neste estágio, pode-se apreender que o cultivo de hortas escolares é um valioso instrumento educativo. A partir do contato com a terra, no preparo dos canteiros, e a descoberta de inúmeras formas de vida que ali existem e convivem, foi gratificante presenciar o interesse de crianças e adolescentes: participar de todo o processo, desde a semente que brota, a prática diária do cuidado, regar, transplantar, tirar as plantas invasoras, espantar as formigas com o uso de folhas de mandioca, borra de café ou plantio de coentro. As atividades ligadas ao uso do solo, tais como,  revolver  a terra,  plantar,  arranquio  de ervas daninhas,  podas, irrigação, não só constituem ótimo exercício físico, como representam uma forma de aprendizado saudável e criativo.
O projeto de implantação e manutenção da Horta Escolar procurou apresentar atividades que despertasse o interesse dos educandos para com o ambiente, além de complementar a merenda escolar, contribuindo para uma conscientização no que se refere ao consumo de alimentos saudáveis. Neste estágio procuramos atuar sempre com muita responsabilidade e compromisso, incentivando os alunos a estarem presentes na maioria das etapas e atividades desenvolvidas na horta, desde as seleções de espécies a serem cultivadas, limpeza do local, construção dos canteiros, formação do composto orgânico, plantio, irrigação, cobertura com palhadas até a finalização, com os cuidados diários da horta e, consequentemente, a colheita.


5.2.1 ESCOLHA DO LOCAL


Já havia, na Escola, um local onde, tempos atrás, se cultivava uma horta. Todavia, com o tempo, foi abandonado. Realizamos a limpeza do local com capina foi retirado entulhos, de tijolos e madeiras ali jogados.

5.2.2 FORMAÇÃO DA COMPOSTAGEM


            Foi realizada a criação de uma composteira para aproveitar os resíduos orgânicos que ali existiam e restos de alimentos da cozinha da Escola, uma vez que estes resíduos possuem um alto valor para a compostagem. Utilizamos restos de folhagens, de capina, palhadas do capim roçado e esterco bovino, um inoculante para fermentação da composteira, que pode servir como excelente fonte de nutrientes para as plantas. O processo da compostagem ocorreu com os resíduos orgânicos, a partir de transformações metabólicas, desde que fornecidas as condições de umidade, aeração e micro-organismos com bactérias, fungos, insetos que tem na matéria orgânica in natura sua fonte de matéria e energia. Assim, com o processo de fermentação, ocorre a liberação de nutrientes como N, P, K, Ca e Mg, tornando-se nutrientes minerais. Os microorganismos que realizam a decomposição da matéria orgânica absorvem carbono (C) e nitrogênio (N), sendo necessário algum tempo para que ocorra a decomposição.


5.2.3 FORMAÇÃO DOS CANTEIROS



Após a limpeza da área e adubação orgânica, os alunos tiveram uma aula sobre o valor nutricional e o significado de uma horta tanto na escola quanto em sua casa.Logo após o bate-papo os educandos começaram a preparar a terra afofando-a, desmanchando os torrões, peneirando e molhando a terra para logo introduzir as mudas. Como já havia 11 canteiros formados, os alunos fizeram a mistura do adubo orgânico no solo.
Os canteiros possuem vários tamanhos variados, sendo:
·         1 canteiro de 1,20m x 15,00m;
·         10 canteiros de 1,20m x 8,00m.

5.2.4 PLANTIO DAS SEMENTES NA BANDEJA


O plantio das sementes da alface foi realizado na sementeira de isopor, de 200 células, colocando de 3 a 5 sementes dentro de cada célula, numa profundidade de cinco cm. Utilizamos para este plantio um composto orgânico, preparado pelos alunos.
 Depois deste procedimento, fez-se a irrigação. O poder de germinação de cada bandeja foi, em média, 94%.



            As mudas de alface foram transplantadas 10 dias após germinadas nas bandejas para o local dos canteiros. Transplantamos as referidas mudas a uma distância de 30 cm entre uma da outra.


5.2.6 COBERTURA DOS CANTEIROS


5.2.7 MANUTENÇÃO DOS CANTEIROS



            Realizamos, periodicamente, a limpeza das ervas daninhas e, todos os dias, os canteiros são irrigados manualmente.

5.2.8 COLHEITA



No tempo adequado, colhemos a alface. A mesma foi preparada na cozinha e servida a todos os alunos, tanto do ensino regular, como aqueles que frequentavam as oficinas do Programa Mais Educação naquele dia.



6. CONCLUSÃO



            Ao estudarmos teoricamente o conteúdo curricular não conseguimos compreender a dimensão de tudo o que é necessário para nossa formação.
            A prática do estágio proporcionou uma nova visão de tudo o que estudamos, ampliando nossos conhecimentos e humanizando-os.
            O tempo de experiência desenvolvido na Escola Graciliano Ramos foi de primordial importância. Nesta oportunidade, podemos repassar o aprendizado técnico aos educandos, aprimorar nossas técnicas e participar, de maneira enriquecedora, da formação cidadã de crianças e adolescentes.
            Participar e acompanhar todo o processo de implantação da horta foi uma experiência ímpar. As literaturas acerca do tema nos traziam a ideia de que seria tudo muito simples. Todavia, muitos contratempos aconteceram (pragas, caramujos, sementes que não fertilizavam). No entanto, numa visão positiva, os referidos contratempos foram necessários para que repensássemos nossas práticas e adotássemos novas técnicas.
            E o estímulo aumentava a cada dia que víamos nossos esforços sendo recompensados com uma horta cada dia mais bonita. Os alunos sentiam-se satisfeitos por verem seu trabalho transformar o ambiente.  Não só os conhecimentos técnicos foram valorizados, mas sobretudo a mudança de consciência daqueles educandos, principalmente no que se refere ao trato com a natureza e na mudança de hábitos alimentares.
            Terminamos um trabalho com a sensação de que o pouco que foi feito  significou muito, não só para nossa formação profissional, mas, principalmente para a formação de crianças e adolescentes, visto que estes poderão multiplicar o conhecimento adquirido com este trabalho, proporcionar uma renda melhor para os seus, uma vida saudável e, principalmente, respeitando a natureza e o meio ambiente.
           

7. REFERÊNCIAS



Alface - Lactuca sativa: http://www.jardineiro.net/br/banco/lactuca_sativa.php acesso em 27/06/12 as 19h45minhs;


Alface: http://www.projetos.unijui.edu.br/matematica/modelagem/alface/index.html acesso em 29/06/12 as 13h40min;
http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/handle/1884/1056/Dissertação%20Parte%20Textual%2018_04_05.pdf?sequence=2
FERNANDES, H. S., MARTINS, S. R. Cultivo de alface em solo em ambiente
protegido. Informe Agropecuário. Belo Horizonte, v.20, n. 200/201, p.56 - 63,
set./dez. 1999.

FILGUEIRA, F.A. R. Manual de olericultura: cultura e comercialização de
hortaliças. 2. ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 1982. v.2, 587p.

FILGUEIRA, F.A. R. Novo manual de olericultura: agrotcnologia moderna na
produção e comercialização de hortaliças. Viçosa: UFV, 2000. 402p. : p. 40 - 135,
288 - 295.

FILGUEIRA, F.A.R. Novo manual de Olericultura: Agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças/ Fernando Antônio Reis Figueira. – 3. Ed. Ver e ampl. – Viçosa. MG. ed. UFV, 2007. 421p.
Produção de couve Brassica oleracea L. var. acephala com adubação                                                                                    mineral e orgânica: www.uel.br/revistas/uel/index. php/semagrarias/article/.../2877 acesso em 27/06/12 as 22h00minhs;