CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA SUBSEQUENTE
Resolução de aprovação: 22/2010 – CONSUP-IFRO
CAMPUS CACOAL
PROFESSOR ORIENTADOR (A):
Joel Martins Braga Júnior
ALUNO ESTÁGIARIO: Leandro
Martins de Souza
ESTÁGIO CURRICULAR
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR
ESCOLA:
E.E.E.F.M. Graciliano Ramos
SETOR: Monitor de Horta
PERÍODO
DE REALIZAÇÃO: 05/03/2012
à 30/05/2012
TOTAL
DE DIAS: 210 horas
NOME
DO (A) SUPERVISOR (A): Ana
Rubia Menezes Barbosa
FUNÇÃO:
Coordenadora
FORMAÇÃO
PROFISSIONAL: Licenciatura
em Educação Física
Cacoal
Junho/2012
SUMÁRIO
A Deus, que é
tudo;
À minha mãe,
pelos ensinamentos e formação moral;
À minha esposa,
Jane, pelo apoio e carinho;
Aos amigos
Altair, Cesar e Magali, pelas palavras de apoio, incentivos nos momentos difíceis
que encontramos no decorrer do curso;
À Escola Graciliano
Ramos, em especial a professora Marlene Domingues, Diretora da Escola, pela
oportunidade de, neste espaço, aplicar nossos conhecimentos e podermos realizar
o estágio, proporcionando a qualificação profissional;
A todos os
demais que torceram pelo nosso sucesso, que possamos retribuir a credibilidade
depositada.
Foi
realizado o estágio na Escola Graciliano Ramos, localizada na cidade de
Cacoal-RO, no período de 05/03/2012 a 30/05/2012, totalizando 210 horas. Com a
realização do estágio, foi possível colocar em prática conteúdos abordados em
sala de aula, agregando nossos conhecimentos e técnicas. Durante o estágio,
trabalhamos na implantação e manutenção da horta, na qual foram plantadas as
culturas da alface, cebolinha, coentro, salsa, maracujá, almeirão, couve e
rúcula. Houve, também, a montagem de uma pilha de compostagem, utilizando os
restos de alimentos da cozinha. Os canteiros foram preparados com adubo
orgânico da Organoeste. Houve intensa participação dos alunos da Escola. Com o
objetivo de trabalhar com a comunidade escolar, no planejamento e execução, levamos
aos alunos princípios da olericultura, compostagem e métodos de trabalho com
solo.
2.
APRESENTAÇÃO DA ESCOLA
A
escola de Ensino Fundamental e Médio Graciliano Ramos está localizada na Rua Professora
Maria Lucia da Silva Miller, 2640, Bairro Brizon, na cidade de Cacoal/RO. Esta
escola, em funcionamento desde 1990, atende a494 alunos, devidamente
matriculados no Ensino Fundamental, atendendo a comunidade da área urbana, bem
como alunos da área rural. As atividades desenvolvidas durante o estágio foram
supervisionadas pela coordenadora do projeto Mais Educação, a Professora Ana
Rubia Menezes Barbosa. A responsabilidade de orientação, por sua vez, foi do professor
Joel Martins Braga Junior, do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Rondônia, Campus Avançado
Cacoal. A escola está inserida no Programa Mais Educação, do Governo Federal, e,
desta forma, o projeto horta surgiu com o objetivo de auxiliar a formação dos
alunos em relação à educação ambiental e alimentar, através do incentivo à
implantação e manutenção de hortas escolares. A horta é uma das oficinas do
programa supracitado, destacando-se por proporcionar a crianças e adolescentes,
no ambiente escolar, diversas atividades, unindo a educação, a teoria e a prática
e, desta forma, auxiliando no processo de ensino-aprendizagem. O projeto
caracteriza-se por ser uma atividade continuada.
3. SÍNTESE DA CARGA HORÁRIA SEMESTRAL
TABELA 1. Síntese da carga horária semanal referente
ao período de estágio na Escola Graciliano Ramos. Cacoal – RO, no ano de 2012.
Semana
|
Número de dias
|
Número de horas
|
05/03/12
a 09/03/12
|
05
|
30
|
12/03/12
a 16/03/12
|
05
|
30
|
19/03/12
a 23/03/12
|
05
|
30
|
26/03/12
a 30/03/12
|
05
|
30
|
02/04/12
a 06/04/12
|
05
|
30
|
09/04/12
a 13/04/12
|
05
|
30
|
16/04/12
a 20/04/12
|
05
|
30
|
TOTAL: 7
SEMANAS
|
TOTAL: 35 DIAS
|
TOTAL 210
|
4. RELATÓRIO DESCRITIVO
Estagiário:
Leandro Martins de Souza
Escola:
Graciliano Ramos
Período:
05/03/2012 a 30/05/2012
Número
Total de Dias: 35 dias
Número
Total de Horas: 210 horas.
5. DESENVOLVIMENTO
5.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
5.1.1
ALFACE
A alface
é uma hortaliça anual de seiva leitosa, tipicamente de inverno, cultivada há
milhares de anos, que sofreu intenso melhoramento genético até chegarmos nas
variedades atuais. As principais variedades agrupam-se em alfaces de cabeça
crespa, de cabeça lisa, romana, de folha e de haste. As variedades mais
importantes comercialmente encaixam-se nos dois primeiros grupos, embora as
demais sejam bastante conhecidas e populares em hortas domésticas também.
Em geral,
as alfaces apresentam folhas macias, grandes, de sabor suave e
refrescante, que crescem em volta do caule pequeno (em roseta), podendo ser
lisas ou crespas, formando ou não uma cabeça e podem apresentar diversas
tonalidades de verde e roxo-bronzeado. Seu sistema radicular é delicado, muito
ramificado e superficial. A floração ocorre no verão,
estimulada pelos dias longos. Os frutos da alface são do tipo aquênio e se
apresentam pontiagudos, de formato oval, elíptico ou espatulado com estrias
longitudinais na superfície e comprimento variável de 2 a 5 mm. As alfaces
apresentam elevado conteúdo em vitaminas, minerais e água. Cada100 gr. de
alface contém apenas 15 kcal o que a torna um alimento importante em dietas de
restrição calórica.
Para o cultivo da alface, os canteiros devem ser
elevados em pelo menos 15 cm, e previamente calados e adubados. A irrigação
deve ser diária, pela manhã ou no fim da tarde. O espaçamento entre as plantas
após o transplante deve respeitar 30 cm ou mais. Muitas doenças e pragas podem acometer
as alfaces, que são sensíveis. Para prevenir, podemos pulverizá-las com calda
de fumo 10 dias após o transplante, remover as plantas daninhas regularmente e
realizar rotação com outras culturas.
O sistema radicular é muito
ramificado e superficial, explorando apenas os primeiros 25 cm de solo, quando
a cultura é transplantada. Em semeadura direta, a raiz pivotante pode atingir
até 60 cm de profundidade. O plantio da
alface pode ser feito durante todo o ano. A germinação leva de 4 a 6 dias. A
alface prefere solos argilo-arenosos, ricos em matéria orgânica. Quando
estiverem com 2 a 3 folhas e com 8 a 10 cm, devem ser replantados em canteiros
bem adubados, de modo que a planta fique com o colo acima do nível do solo e
com espaçamento de 30 cm entre as plantas.
A alface é muito exigente em irrigação, fator que influi decisivamente
na qualidade e produtividade da cultura. Deve-se manter sempre um bom teor de
umidade, sem, no entanto, provocar encharcamento. As pulverizações para controlar ou prevenir o
ataque de doenças ou pragas deverão ser feitas somente com produtos registrados
para a cultura, obedecendo-se ao período de carência, às dosagens e aos
cuidados nas aplicações. A colheita deve ser feita no momento em que
a planta atinge o seu desenvolvimento máximo, quando apresenta cabeças firmes,
bem formado, folhas tenras e sem sinal de florescimento. Geralmente, isto
ocorre 75 a 90 dias após o semeio. O correto é colhê-la sempre nas horas
frescas, fazendo o corte das raízes e eliminando as folhas velhas e
danificadas.
5.2
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO
As
atividades desenvolvidas no estágio compreendem a implantação de uma horta no
ambiente escolar. Trabalhamos com os alunos todo o processo de preparação dessa
horta, bem como conscientização da importância de se ter uma horta, tanto no
ambiente escolar, quanto em suas casas.
Neste
estágio, pode-se apreender que o cultivo de hortas escolares é um valioso
instrumento educativo. A partir do contato com a terra, no preparo dos
canteiros, e a descoberta de inúmeras formas de vida que ali existem e
convivem, foi gratificante presenciar o interesse de crianças e adolescentes:
participar de todo o processo, desde a semente que brota, a prática diária do
cuidado, regar, transplantar, tirar as plantas invasoras, espantar as formigas
com o uso de folhas de mandioca, borra de café ou plantio de coentro. As
atividades ligadas ao uso do solo, tais como, revolver a terra, plantar, arranquio de ervas daninhas, podas, irrigação, não só constituem ótimo
exercício físico, como representam uma forma de aprendizado saudável e
criativo.
O
projeto de implantação e manutenção da Horta Escolar procurou apresentar
atividades que despertasse o interesse dos educandos para com o ambiente, além
de complementar a merenda escolar, contribuindo para uma conscientização no que
se refere ao consumo de alimentos saudáveis. Neste estágio procuramos atuar
sempre com muita responsabilidade e compromisso, incentivando os alunos a
estarem presentes na maioria das etapas e atividades desenvolvidas na horta, desde
as seleções de espécies a serem cultivadas, limpeza do local, construção dos
canteiros, formação do composto orgânico, plantio, irrigação, cobertura com
palhadas até a finalização, com os cuidados diários da horta e,
consequentemente, a colheita.
5.2.1 ESCOLHA DO LOCAL
Já
havia, na Escola, um local onde, tempos atrás, se cultivava uma horta. Todavia,
com o tempo, foi abandonado. Realizamos a limpeza do local com capina foi
retirado entulhos, de tijolos e madeiras ali jogados.
5.2.2
FORMAÇÃO DA COMPOSTAGEM
Foi realizada
a criação de uma composteira para aproveitar os resíduos orgânicos que ali
existiam e restos de alimentos da cozinha da Escola, uma vez que estes resíduos
possuem um alto valor para a compostagem. Utilizamos restos de folhagens, de
capina, palhadas do capim roçado e esterco bovino, um inoculante para
fermentação da composteira, que pode servir como excelente fonte de nutrientes
para as plantas. O processo da compostagem ocorreu com os resíduos orgânicos, a
partir de transformações metabólicas, desde que fornecidas as condições de
umidade, aeração e micro-organismos com bactérias, fungos, insetos que tem na
matéria orgânica in natura sua fonte
de matéria e energia. Assim, com o processo de fermentação, ocorre a liberação
de nutrientes como N, P, K, Ca e Mg, tornando-se nutrientes minerais. Os microorganismos
que realizam a decomposição da matéria orgânica absorvem carbono (C) e
nitrogênio (N), sendo necessário algum tempo para que ocorra a decomposição.
5.2.3 FORMAÇÃO DOS CANTEIROS
Após
a limpeza da área e adubação orgânica, os alunos tiveram uma aula sobre o valor
nutricional e o significado de uma horta tanto na escola quanto em sua casa.Logo
após o bate-papo os educandos começaram a preparar a terra afofando-a,
desmanchando os torrões, peneirando e molhando a terra para logo introduzir as mudas.
Como já havia 11 canteiros formados, os alunos fizeram a mistura do adubo
orgânico no solo.
Os
canteiros possuem vários tamanhos variados, sendo:
·
1 canteiro de 1,20m x 15,00m;
·
10 canteiros de 1,20m x 8,00m.
5.2.4 PLANTIO DAS SEMENTES NA BANDEJA
O
plantio das sementes da alface foi realizado na sementeira de isopor, de 200
células, colocando de 3 a 5 sementes dentro de cada célula, numa profundidade
de cinco cm. Utilizamos para este plantio um composto orgânico, preparado pelos
alunos.
Depois deste procedimento, fez-se a irrigação.
O poder de germinação de cada bandeja foi, em média, 94%.
As mudas de alface foram transplantadas 10 dias após
germinadas nas bandejas para o local dos canteiros. Transplantamos as referidas
mudas a uma distância de 30 cm entre uma da outra.
5.2.6 COBERTURA DOS
CANTEIROS
5.2.7 MANUTENÇÃO DOS CANTEIROS
Realizamos, periodicamente, a limpeza das ervas daninhas
e, todos os dias, os canteiros são irrigados manualmente.
5.2.8
COLHEITA
No
tempo adequado, colhemos a alface. A mesma foi preparada na cozinha e servida a
todos os alunos, tanto do ensino regular, como aqueles que frequentavam as
oficinas do Programa Mais Educação naquele dia.
6.
CONCLUSÃO
Ao estudarmos teoricamente o
conteúdo curricular não conseguimos compreender a dimensão de tudo o que é
necessário para nossa formação.
A prática do estágio proporcionou
uma nova visão de tudo o que estudamos, ampliando nossos conhecimentos e
humanizando-os.
O tempo de experiência desenvolvido
na Escola Graciliano Ramos foi de primordial importância. Nesta oportunidade, podemos
repassar o aprendizado técnico aos educandos, aprimorar nossas técnicas e
participar, de maneira enriquecedora, da formação cidadã de crianças e
adolescentes.
Participar e acompanhar todo o
processo de implantação da horta foi uma experiência ímpar. As literaturas
acerca do tema nos traziam a ideia de que seria tudo muito simples. Todavia,
muitos contratempos aconteceram (pragas, caramujos, sementes que não
fertilizavam). No entanto, numa visão positiva, os referidos contratempos foram
necessários para que repensássemos nossas práticas e adotássemos novas
técnicas.
E o estímulo aumentava a cada dia
que víamos nossos esforços sendo recompensados com uma horta cada dia mais
bonita. Os alunos sentiam-se satisfeitos por verem seu trabalho transformar o
ambiente. Não só os conhecimentos
técnicos foram valorizados, mas sobretudo a mudança de consciência daqueles
educandos, principalmente no que se refere ao trato com a natureza e na mudança
de hábitos alimentares.
Terminamos um trabalho com a
sensação de que o pouco que foi feito significou muito, não só para nossa formação
profissional, mas, principalmente para a formação de crianças e adolescentes,
visto que estes poderão multiplicar o conhecimento adquirido com este trabalho,
proporcionar uma renda melhor para os seus, uma vida saudável e,
principalmente, respeitando a natureza e o meio ambiente.
7.
REFERÊNCIAS
Alface
- Lactuca sativa: http://www.jardineiro.net/br/banco/lactuca_sativa.php
acesso em 27/06/12 as 19h45minhs;
Alface:
http://www.projetos.unijui.edu.br/matematica/modelagem/alface/index.html acesso
em 29/06/12 as 13h40min;
http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/handle/1884/1056/Dissertação%20Parte%20Textual%2018_04_05.pdf?sequence=2
FERNANDES,
H. S., MARTINS, S. R. Cultivo de alface em solo em ambiente
protegido.
Informe
Agropecuário. Belo Horizonte, v.20, n. 200/201, p.56 - 63,
set./dez.
1999.
FILGUEIRA,
F.A. R. Manual de olericultura: cultura e comercialização de
hortaliças.
2.
ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 1982. v.2, 587p.
FILGUEIRA,
F.A. R. Novo manual de olericultura: agrotcnologia moderna na
produção
e comercialização de hortaliças. Viçosa: UFV, 2000. 402p. :
p. 40 - 135,
288 - 295.
FILGUEIRA,
F.A.R. Novo manual de Olericultura:
Agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças/ Fernando
Antônio Reis Figueira. – 3. Ed. Ver e ampl. – Viçosa. MG. ed. UFV, 2007. 421p.
Produção
de couve Brassica oleracea L. var.
acephala com adubação
mineral e orgânica: www.uel.br/revistas/uel/index. php/semagrarias/article/.../2877 acesso em 27/06/12 as 22h00minhs;